Não aceitamos mudanças que sacrifiquem nosso direito para aumentar lucro para acionistas
O que move a Vale é a obstinada busca de lucros. Para encher os cofres e enriquecer acionistas, a empresa estabelece metas de produção e operacionais quase sobre-humanas. Mesmo os trabalhadores se superando e regularmente batendo recordes de produção, a empresa se beneficia ainda com o aumento de preços para exportar. Se deixamos para trás um momento em que o preço internacional do minério de ferro encolheu para cerca de US$ 39 a tonelada, nos dias de hoje a empresa colhe lucros com a tonelada sendo comercializada em cerca de US$ 140.
O lucro líquido continua estratosférico. Só nos primeiros nove meses de 2020, a Vale teve um saldo positivo de R$ 27,1 bilhões.
Mas a empresa não se satisfaz e busca abarrotar mais ainda os seus cofres com política de corte de custos. Infelizmente, a empresa quer ampliar seu lucro líquido penalizando o direito dos trabalhadores, com mudanças que podem prejudicar o valor a ser recebido na PLR relativa ao exercício de 2021.
Na reunião do dia 26 com o STEFEM, a Vale apresentou “ideias” para mudar o modelo de PLR com as quais definitivamente não concordamos. São três os pontos contestados pelo Sindicato:
1) Entendemos que o Sindicato deve discutir quaisquer propostas com os trabalhadores, antes de qualquer antecipação de negociações, como pretende a empresa;
2) Não concordamos com mudanças no “gatilho”, que hoje é para nós uma garantia do pagamento e não podemos aceitar fatores econômicos como que não dependem da atuação dos trabalhadores, que serviriam apenas como redutores do valor a ser recebido. A conversa da empresa de um “gatilho mais duro” poderia regredir às condições que resultaram em 2015 em um PLR ZERO;
3) Mais absurdo ainda é o argumento da empresa sobre alteração de valor PLR para jornadas diferenciadas, valorizando quem trabalha em jornadas mais longas. Isto penalizaria trabalhadores em jornadas de 6 horas, justamente aqueles em atividades mais penosas, insalubres e periculosas. Isto pra gente tem cheiro de coação, para que todos aceitem ampliar suas jornadas de trabalho.
A PLR sobre o exercício de 2021, a ser paga em 2022, continuará sendo discutida, mas não aceitaremos qualquer estratégia patronal redutora do direito ou que signifique ampliar o sacrifício dos trabalhadores em busca dos resultados e dos lucros.