Diante da grande preocupação do STEFEM em relação ao elevado número de demissões, especialmente entre os trabalhadores mais antigos, manifestamos nossa discordância à Vale por meio de um ofício no qual exigimos esclarecimentos e ações para preservar os empregos. A empresa compareceu a duas reuniões em nossa sede nos dias 23 e 26 de junho, apresentando ao Sindicato uma carta de compromisso na qual abordou quatro pontos de interesse.
Conforme mencionado anteriormente em assembleias e comunicados do Sindicato, alertamos que os trabalhadores mais antigos, que possuíam salários e benefícios superiores devido a acordos coletivos, corriam um risco maior de serem desligados da empresa devido à criação de direitos diferenciados para os novos contratados, em condições menos aceitável.
Apesar das recorrentes negativas da empresa em relação a essas alegações, os fatos provam o contrário: os trabalhadores mais antigos estão sendo demitidos. Além da perda de emprego, essas demissões foram motivadas de maneira desrespeitosa, tratando o trabalhador com mais de trinta anos de vínculo empregatício e dedicação exemplar às suas responsabilidades como se estar vivendo de má-fé ou causando prejuízos à empresa durante seus últimos momentos de trabalho, sendo dispensados sem cerimônia e preocupação social.
Pelos posicionamentos da Vale, parece-nos que a intenção básica é reduzir custos, pois mencionam prioridade nas demissões de aposentáveis e aposentados, bem como a análise do contingente por áreas para evitar as demissões. A empresa afirma que "estabeleceu diretrizes que visam reduzir tanto o número total de demissões quanto os possíveis efeitos causados por elas", o que sugere ter solicitado listas para demitir. Infelizmente, a Vale está demitindo para aumentar o lucro, utilizando a redução de despesas com pessoal e tratando os trabalhadores como descartáveis.
Em resposta, a Vale apresentou quatro pontos em sua carta, porém, sem medidas concretas. Apenas um desses pontos atendeu às expectativas, ao tratar dos trabalhadores que desejam deixar a empresa, garantindo uma saída sem obstáculos e a preservação de todos os seus direitos de verbas rescisórias.
Quanto à proposta de realocação nos casos em que o trabalhador não é mais necessário em determinada área, aguardaremos exemplos positivos para avaliar sua aplicação. Quanto aos aposentados e elegíveis para a aposentadoria, a resposta vaga de que "será analisada" não oferece uma solução clara para o futuro, muito menos para o presente. Além disso, um funcionário demitido hoje poderá retornar à empresa no futuro é extremamente incerto, uma vez que esse trabalhador eficiente, cujo salário foi conquistado pelo meio da luta do Sindicato, não seria reconsiderado com uma readmissão nas mesmas condições do desligamento.
Infelizmente, as respostas da empresa carecem de medidas concretas. Nossa experiência anterior em relação ao cumprimento de acordos pela empresa não foi positiva. Nos resta aguardar e observar como essa situação se desenrolará e deixar no gatilho medidas jurídicas para qualquer eventual descumprimento dos acordos realizados entre o Sindicato e a empresa.