O STEFEM participou de reunião com a Vale na tarde desta terça-feira, 10 de outubro. Mais uma vez a empresa criou um clima de preocupação e indignação ao desfiar dois pontos cruciais do acordo Coletivo em que sugere mexidas quando começarem as negociações, que prejudicam de forma severa direitos dos trabalhadores, na PLR e no adicional de insalubridade.
A Vale afirma que cometeu erros na formulação das claúsulas destes dois direitos. Quer mexer na PLR, para que o valor a ser recebido pelos trabalhadores não fique amarrado ao “fator Vale” (de 1,333), alegando que sempre ele é atingido, mesmo com resultados aquém das expectativas. Igualmente, a empresa quer alterar a fórmula de cálculo do adicional de insalubridade. Em acordo coletivo, conquistamos o direito ao adicional de insalubridade calculado sobre o piso salarial (hoje de R$ 1.933,00) e a empresa quer voltar a calculá-lo sobre o salário mínimo (R$ 1.320,00), que reduziria drasticamente o valor a ser recebido pelos companheiros que trabalham em condições insalubres, que adoecem para atingir metas, garantir resultados e os regulares recordes nos lucros da empresa. Os prepostos da empresa chegaram até sugerir, como exemplo de solução, continuar pagando o adicional sobre o piso para trabalhadores atuais e aplicar o salário mínimo no cálculo para novos contratados, ideia que repudiamos com veemência, pois não aceitamos a empresa criar duas condições diversas dentro da categoria.
A diretoria do STEFEM repugnou as proposições da empresa. Afirmamos que não queremos discutir a PLR junto com o Acordo Coletivo e que reduzir o adicional de insalubridade é desumano e ninguém teria coragem de propor isto a quem entrega sua vida e adoece no trabalho pela Vale.
Afirmamos à empresa que ainda bem que não trouxe nenhuma proposta indecente como estas em relação ao plano de saúde, que reiteramos não aceitar qualquer prejuízo sobre ele e que iremos cobrar melhorias urgentes no atendimento dos trabalhadores ao longo da ferrovia. Trabalhadores estão adoecendo por conta do ritmo de produção, doenças psicológicas, muitos sendo demitidos nesta condição.
Lembramos que queremos discutir ganhos e não perdas, como a empresa prega. Exigimos a discussão de todas as reivindicações da categoria, sobretudo novas questões que estão sendo aprovadas em nossas assembleias, onde os trabalhadores apresentam necessidades novas para serem discutidas para o Acordo Coletivo, buscando melhor condição de trabalho.
Ao final da reunião, a empresa informou que estaria estendendo a garantia de data-base até 24 de novembro, quando o STEFEM pontuou que deveria estender até o final de dezembro.
Nova reunião que antecede as negociações do Acordo Coletivo deve ser confirmada para a próxima segunda-feira, dia 16 de outubro.